Brilhante palestra de Tony Robbins no TED sobre o tema.
Vale a pena assistir.
Conhecem a sensação característica das segundas-feiras de manhã, o pensamento no chefe, as tarefas que nos desagradam e têm de ser feitas, arrumar os papéis no escritório, ou simplesmente limpar a casa, o encontro com aquela pessoa terrível que não podemos evitar… já para não falar na sensação subjacente contínua de irritação, vazio, culpa, ou uma simples inquietação subtil… ou ainda aquelas reacções inesperadas que, por mais que façamos, não conseguimos controlar… E então, neste momento especial do ano, decido:
- Tenho de me livrar de tudo isto!
Talvez que para muitas pessoas seja uma surpresa o que vou dizer: o primeiro passo é deixar as coisas como elas estão. O remoer mental a procurar soluções não adianta, pelo contrário, pode agravar a situação. Estamos tão habituados a resolver qualquer situação no mundo físico através das faculdades cognitivas, raciocinando sobre a solução, que queremos resolver da mesma maneira os problemas pessoais e relacionais através de um diálogo interno. A questão é que, este remoer automático no campo pessoal e das relações, agrava, em geral, ainda mais as sensações limitadoras e pode aumentar os sentimentos de culpa resultantes da nossa incapacidade para resolver questões emocionais internas.
Então a saída desta situação, como há muitos anos se afirma nos livros de auto-ajuda e cursos de desenvolvimento pessoal, seria a repetição afirmativa de pensamentos positivos. Em vez de remoer pensamentos negativos, dirija-se de forma positiva àquilo que quer: por exemplo, ser livre, ter paz interior, ser feliz, calmo e confiante, em equilíbrio connosco e com os outros, sobretudo, em balanço com o que sentimos que há de mais essencial em nós… O que é melhor! Mas infelizmente, na maioria das vezes, também não funciona. E aqui a razão é mais subtil. Pensamos que nos estamos dirigindo de forma positiva para o que queremos, não estando conscientes do diálogo interno automático que tem raízes profundas em nós. Por detrás das afimações positivais mais ou menos racionais, uma voz íntima diz: - não quero mais a prisão, nem o vazio, nem o reboliço interior, nem a insegurança, nem o medo - uma voz que é a expressão de uma criança ferida, desesperada por atenção e elogio, pelo reconhecimento e colo que lhe faltaram. Ora as determinantes das nossas sensações e comportamentos, não são os pensamentos mais ou menos conscientes mas sim, sem que demos por isso, a voz interior que escapa, em grande parte, ao nosso controlo consciente e que é a expressão da dor que não queremos sentir. O que fazemos, na realidade, é fugir a esta dor, à custa de muito esforço e desperdícios de energia.
As pessoas empregam diversas maneiras para se afastar da dor. A maioria consiste em sedativos para acalmar os sintomas desconfortantes, muitas vezes temporariamente, o consumo generalizado na sociedade actual, não só o consumo de drogas com nomes oficiais de drogas, para além do álcool e tabaco, mas das outras todas – televisão, viagens, roupas, carros, cursos de desenvolvimento pessoal, livros de auto-ajuda, alguns movimentos ou técnicas espirituais, comemorações religiosas, política, profissão, no fundo, tudo o que a sociedade de consumo oferece, pode servir.
Há também práticas terapêuticas que pretendem neutralizar a emoção negativa dos acontecimentos que estão na origem dos nossos infortúnios. Ora como os nossos infortúnios, registados no nosso corpo e alma, já podem vir de gerações e gerações passadas, há aqui um bom negócio. Claro que tais práticas podem oferecer, não só alívio e insight, como transformar e levar a uma maior abertura, calma e flexibilidade. Podem-se até, excepcionalmente, experimentar momentos de congruência interna e mesmo o contacto com algo mais profundo que vai além das construções intelectuais ou de emoções específicas. Na verdade, o caminho da nossa “libertação” parece, inevitavelmente, empregando linguagem metafórica, fazer-se através da queda de muros de prisões internas sucessivas.
Sem pretender ser exaustivo, posso nomear ainda outras formas de ajuda para a transformação do desconforto. Pode trabalhar-se directamente com o pensamento cognitivo. Há pessoas especializadas, por exemplo, dentro da filosofia e da psicologia cognitiva, que nos ensinam a pensar melhor. Na PNL (Programação NeuroLinguística) pretende-se, em grandes linhas, acompanhar as pessoas num processo contínuo de tomada de consciência da sua experiência subjectiva, destilando estruturas e processos de comunicação interna e externa e utilizando essas estruturas para a mudança. Outras formas de tomada de consciência da nossa experiência subjectiva, funcionamento da nossa mente, processos de transformação na nossa vivência da vida, são as práticas milenares de meditação e Yoga, sobretudo, no meu entender, as práticas mais tradicionais vindas do Budismo.
Nas formas de transformação pessoal que, tanto dentro das práticas milenárias de meditação, como na medicina comportamental que nos vem da América como ajuda no combate ao stress, tal como nas mais modernas formas de psicologia cognitiva à volta dos temas depressão e dor, e também dentro de uma visão da PNL, a palavra-chave é, cada vez mais, “aceitação”. E, para evitar mal-entendidos, não se trata aqui de “resignação”, mas justamente de algo que parece não ser nada fácil: em vez da luta interior e com os outros, trata-se da aceitação activa das coisas como elas são. Desde que se não faça isso, luta-se contra o que se não quer (guerra, crise, terrorismo, crime, doença…) que é a forma generalizada do pensamento negativo. E assim se reproduz o que já está mais que desgastado, entrando em jogo a velha lei: “ quanto mais luta contra o que não quer, mais justamente acabará por recebê-lo de presente”.
Um olhar mais compreensivo para comportamentos, sensações e crenças (não funcionais) como ponto de partida, é facilitado nos modelos da Programação NeuroLinguística:
Primeiro: aspectos não funcionais como agressividade, sensação de inferioridade, medo, desmotivação, orgulho, culpa, perfeccionismo, tristeza, controlo, inquietação, falta de auto-estima, etc., não são propriamente “eu”, mas partes de mim, fora do meu controlo racional;
Segundo: estes aspectos indesejáveis possuem uma intenção positiva, objectivos significativos. Cada pensamento, sensação ou acto de um aspecto de nós (agressividade, perfeccionismo, timidez…), pretende atingir uma hierarquia de objectivos significativos, que vão, por exemplo, de coragem, segurança, tranquilidade e bem-estar, até estados essenciais de Ser, como Amor, Plenitude ou Nirvana. Isto é algo de que, em geral, não nos apercebemos conscientemente. Um exemplo de uma hierarquia de objectivos: a parte agressiva em nós, age como age, para conseguir, possivelmente, a atenção do outro, ser respeitada, fazer-se ouvir, sentir-se segura, encontrar paz, tranquilidade e atingir o bem-estar, em última análise, até talvez, um estado de Paz, Plenitude ou Amor. Tudo intenções com significados altamente positivos, culminando com estados essenciais de Ser.
Estes significados essenciais positivos dos comportamentos, pensamentos, sensações do que catalogamos como indesejável, colocam a situação problemática numa nova dimensão ou acabam, até mesmo, por neutralizá-la, tal como num crente se dissolvem os seus problemas perante a manifestação divina do Amor. Quanto mais abrangente é a vivência do significado (Amor, Plenitude), mais profundas as transformações. É o que acontece no processo da “Transformação Essencial”, desenvolvido por Connirae Andreas, uma psicoterapeuta americana que fez parte do primeiro grupo de PNL formado por Bandler e Grinder, grupo esse a quem se deve o desenvolvimento da PNL até ao que hoje é.
Não se pretende directamente neutralizar o indesejável. Procura-se encontrar soluções alternativas ecológicas, para realizar as nossas intenções positivas, em que a tomada de consciência e a aceitação dos aspectos indesejáveis de nós, são o ponto de partida. Este parece-me um dos pontos mais essenciais da metodologia. Só a partir daí se pode dar a ruptura no nosso processo automático de funcionamento mental, processo esse de que, em geral, não temos consciência. A guerra é a constante nas nossas vidas. Reagimos de forma sonâmbula e automática, nas organizações, nas relações, durante as nossas actividades pessoais. Temos olhos que não vêem, ouvidos que não ouvem, como está escrito na velha parábola. De vez em quando despertamos. Despertamos, para logo depois o automatismo da luta contra o que é, se apoderar novamente de nós. Somos máquinas de desejo, robots, em luta connosco e com o mundo, irrequietos, muitas vezes em pânico, lutando, numa ilusão contínua de controlo. O remoer mental na procura de solução para um problema pessoal, tentar livrar-se de qualquer sensação indesejável, não leva longe. É curioso que tanto na medicina comportamental (Jon Kabat-Zinn), como na psicologia cognitiva ACT e MBCT (Steven C. Hayes, Spencer Smith, Zindel V Segal, J. Mark G. Wiliams, John Teasdale e outros), as palavras “aceitação” e “atenção plena e intencional no aqui e agora sem julgamentos” se estão a tornar as palavras-chave dum novo paradigma para uma nova vivência de nós e do mundo. Só então pode nascer a diferença.
Se queremos o novo em nós e no mundo, há que parar drasticamente com a forma como lidamos connosco. O primeiro passo é pois, de forma activa, aceitar as coisas como elas são, a começar por nós próprios, em vez da luta e remoer que agrava as sensações desconfortáveis. Em vez da repetição automática de velhos padrões, poderão, então, surgir novas escolhas e abrir-se o caminho para uma transformação mais radical. E talvez, um dia, se dê uma ruptura ainda maior. Talvez entremos no estado de Ser Pleno aqui e agora, nos estados essenciais de Totalidade, Paz, Amor. Isso só pode acontecer, dizem os entendidos, a partir de uma maneira mais compreensiva, respeitosa e terna de lidarmos connosco, sem luta contra as diversas partes de nós, nem exigências de recompensas imediatas.
Faz-me lembrar palavras de Krishnamurti. O que é preciso é deixar a nossa janela aberta, “… e a brisa vem quando vier. Se esperamos que a brisa venha porque abrimos a janela, ela nunca virá”.
Claro que é possível! Em meus cursos trabalho muito a descontração, a alegria, a integração entre os alunos. Isso facilita e muito o processo de aprendizagem, pois já foi comprovado que quanto mais sem tensão e feliz o ser humano estiver, mais ele apreende as informações passadas. Alegria, treinamento e estudo são o meu lema. O maior exemplo disso é quando estamos em uma bela praia, com um sombra agradável, uma água de coco, amigos ao lado e lemos um tema como " A importância ingestão da água para o ser humano". Lemos a matéria e a comentamos naturalmente para todos os presentes. Nesse momento, cada um faz um comentário e depois fechamos o assunto tranquilamente. Coloca esse mesmo assunto em uma reunião de trabalho ou sala de aula, onde o líder causa uma pressão estressante em cima de você dizendo: - O senhor terá que apresentar o assunto" A importância da água para o ser humano" para toda a sua equipe de trabalho, em meia hora, e além disso o senhor terá que abrir em sua palestra espaço para perguntas. COMO VOCÊ SE SENTIRIA? O simples se tornou difícil pela pressão. No meu curso, você aprenderá a se ver livre dessa pressão e a realizar o seu ofício com tranquilidade e firmeza.
3- Qual a importância no mundo atual de uma pessoa saber falar em público, independente da carreira que ela siga?
Independente da carreira , falar em público é muito importante! A comunicação faz parte do nosso cotidiano. Se nós observarmos, falamos em público quase que diariamente. Todas a vezes que falamos existem uma, duas, três pessoas ou mais pessoas nos observando. Sem perceber já estamos falando em público.Quando aprendemos a falar em público, mudamos a nossa postura corporal e mental. Passamos a nos conhecer e a conhecer o outro muito melhor. Falar em público ou para o público é um exercício maravilhoso, pois dessa forma saímos de um pequeno mundo para um mundo muito maior e mais rico de conhecimentos. Nesse processo, você passa a descobrir que o SER HUMANO é a maior riqueza existente no planeta. Falar em público também significa OUVIR O PÚBLICO e é aí que está a grande riqueza e prazer desse aprendizado.
4- Por que a maioria das pessoas sentem medo de expor suas ideias em público? Muitas vezes ouvimos das pessoas:” eu até sei sobre o assunto mas na hora "h" senti um branco e não saiu nada”. O que é possível fazer para que isto não ocorra?
Como eu já havia dito na segunda resposta temos que aprender a relaxar para que a nossa mente produza de forma eficaz. Depois treinar, treinar, treinar... fazer a apresentação em frente ao espelho, filmar, apresentar para sua família, amigos, bonecos... todo o treinamento é válido. Conheça o assunto profundamente e mãos-a-obra. Lembre-se: Humanos são passíveis de erro. VOCÊ É HUMANO E FALARÁ PARA HUMANOS!
Aprender a sorrir de si mesmo é muito gostoso. Deixar o orgulho de lado e praticar a Oratória. Errou, sorria! Relaxe e continue!
5- Para ser um bom comunicador a pessoa precisa ser um bom ouvinte?
Com certeza! Além disso, deve também estudar muito sobre liderança e comportamento humano. Um bom líder deve agir em prol do bem comum.
6- Existe algo em comum entre o Marketing Pessoal e o medo de falar em público?
Existe sim. Como você poderá comunicar ao público ou ao mercado de trabalho os seus talentos se você NÃO FALAR?
7- Em sua prática pessoal e profissional como vê que a auto-confiança, a inteligência emocional, o auto-domínio e uma atitude mental positiva influem para que a pessoa consiga ter uma boa comunicação.
Como eu já havia dito, a auto confiança, o equilíbrio da inteligência emocional que leva ao auto-domínio e a atitude mental positiva são peças fundamentais para o desenvolvimento da ótima comunicação.
Em meus 10 anos de trabalho, já treinei milhares de pessoas e nesse processo pude observar que no desenvolvimento da Oratória a paixão por si mesmo e pelo outro fazem parte do grande segredo do desenvolvimento da "Arte de falar em público".
Convido você Elis Dias, quando sair de Portugal e voltar ao Brasil, para nos visitar e nos prestigiar com sua honrada presença e ao seu público especial deixo o meu convite: Venham fazer o curso " Como falar em público e perder a Timidez", no Brasil, na universidade UNILASALLE, Niterói-RJ. A estrutura da universidade é maravilhosa! Lá vocês terão auditório, microfone, sala de aula com computadores com telas de LCD e telão para o palestrante.
Inscrições pelo site: http://www.lasallerj.org/extensao_in.php?curso=126
O curso vai de 09 a 30 de setembro.
Espero por todos vocês lá!
Olá à todos,
Andei sumida do blog por esses dias, dando atenção para a família e amigos que vieram nos visitar aqui no Porto, afinal ainda é verão na Europa.
Recebi esse texto e estou a refletir pois quem não conhece, conheceu ou ainda tem uma postura "a la Astolfo" perante à vida, vamos refletir e mudar. Me lembrei da hiena Hardy, alguém se lembra do desenho?
Ótimo fim de semana.
O SE E O QUASE
por Silvio T Corrêa
Não fazia muito tempo e Astolfo quase havia conseguido ser promovido. Se aquele pneu não tivesse furado no dia da reunião com o melhor cliente da empresa, se aquele maldito cafezinho não tivesse caído no seu terno e se o cliente pudesse ter esperado, apenas, mais meia horinha …
Mas agora era diferente. Ele sabia que estava quase lá, quase, faltava pouco. Na verdade já poderia estar, se não fosse, novamente, pelo seu carro velho que resolveu dar problemas, novamente. Ele pensava: “Se eu pudesse ter um carro novo !”
Tudo bem, Astolfo era um cara persistente, apesar de lamentar que, se aquela multinacional, há 15 anos, tivesse lhe contratado, tudo seria diferente. Quase que ele tinha conseguido.
Astolfo sabia que era hora de olhar pra frente. Ele sabia que podia conseguir se ninguém o atrapalhar, se fizer as escolhas corretas, se não deixar se envenenar por qualquer colega, se as preocupações com o dinheiro não o atormentarem, se o carro não der problema, se não cair um temporal, se o sol não estiver muito quente, se o mercado não esfriar, se o concorrente não atrapalhar seus planos, se o mosquito da dengue não o picar, se …
Se e Quase. Palavras que deveriam ser banidas do vocabulário, ao menos na hora de analisar os nossos planos, sonhos, erros e fracassos. Se temos um sonho, com o “se” podemos concretizá-lo, ir mais longe, ganhar o mundo, mas continuará sendo sonho. Precisamos agir e fazê-lo com consciência, com um mínimo de planejamento pois, caso contrário, teremos vários “quase” até conseguirmos chegar lá, se é que chegaremos.
Muitas vezes não conseguimos seguir em frente pois os “se” da nossa vida ficam nos atormentando. O passado tem serventia como aprendizado, jamais como desculpa. Como dizia Taiguara: “Que o passado abra o presente para o futuro, que não dormiu e preparou o amanhecer.”
Sempre que pensar em um “se” ou um “quase”, como desculpa, ignore-o solenemente. A mentalidade do “quase” deixa graves sequelas. É o aguilhão do fracasso. A mente fica poluída com o “quase” e acabamos por plasmar a realidade: o “quase”acontece novamente.
E não é que o Astolfo conseguiu. Conseguiu fechar o contrato com o cliente e quase conseguiu a promoção, se a empresa não tivesse contratado um novo funcionário para ser o supervisor da equipe.
A própria empresa achou que Astolfo iria quase conseguir.
Ps: Recomendo os textos do Silvio Corrêa, em: