sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O SE E O QUASE - SÍLVIO T. CORRÊA

Olá à todos,

Andei sumida do blog por esses dias, dando atenção para a família e amigos que vieram nos visitar aqui no Porto, afinal ainda é verão na Europa.

Recebi esse texto e estou a refletir pois quem não conhece, conheceu ou ainda tem uma postura "a la Astolfo" perante à vida, vamos refletir e mudar. Me lembrei da hiena Hardy, alguém se lembra do desenho?

Ótimo fim de semana.


O SE E O QUASE

por Silvio T Corrêa

Não fazia muito tempo e Astolfo quase havia conseguido ser promovido. Se aquele pneu não tivesse furado no dia da reunião com o melhor cliente da empresa, se aquele maldito cafezinho não tivesse caído no seu terno e se o cliente pudesse ter esperado, apenas, mais meia horinha …

Mas agora era diferente. Ele sabia que estava quase lá, quase, faltava pouco. Na verdade já poderia estar, se não fosse, novamente, pelo seu carro velho que resolveu dar problemas, novamente. Ele pensava: “Se eu pudesse ter um carro novo !”

Tudo bem, Astolfo era um cara persistente, apesar de lamentar que, se aquela multinacional, há 15 anos, tivesse lhe contratado, tudo seria diferente. Quase que ele tinha conseguido.

Astolfo sabia que era hora de olhar pra frente. Ele sabia que podia conseguir se ninguém o atrapalhar, se fizer as escolhas corretas, se não deixar se envenenar por qualquer colega, se as preocupações com o dinheiro não o atormentarem, se o carro não der problema, se não cair um temporal, se o sol não estiver muito quente, se o mercado não esfriar, se o concorrente não atrapalhar seus planos, se o mosquito da dengue não o picar, se …

Se e Quase. Palavras que deveriam ser banidas do vocabulário, ao menos na hora de analisar os nossos planos, sonhos, erros e fracassos. Se temos um sonho, com o “se” podemos concretizá-lo, ir mais longe, ganhar o mundo, mas continuará sendo sonho. Precisamos agir e fazê-lo com consciência, com um mínimo de planejamento pois, caso contrário, teremos vários “quase” até conseguirmos chegar lá, se é que chegaremos.

Muitas vezes não conseguimos seguir em frente pois os “se” da nossa vida ficam nos atormentando. O passado tem serventia como aprendizado, jamais como desculpa. Como dizia Taiguara: “Que o passado abra o presente para o futuro, que não dormiu e preparou o amanhecer.”

Sempre que pensar em um “se” ou um “quase”, como desculpa, ignore-o solenemente. A mentalidade do “quase” deixa graves sequelas. É o aguilhão do fracasso. A mente fica poluída com o “quase” e acabamos por plasmar a realidade: o “quase”acontece novamente.

E não é que o Astolfo conseguiu. Conseguiu fechar o contrato com o cliente e quase conseguiu a promoção, se a empresa não tivesse contratado um novo funcionário para ser o supervisor da equipe.
A própria empresa achou que Astolfo iria quase conseguir.

Ps: Recomendo os textos do Silvio Corrêa, em:

http://silvio.correa.nom.br/blog/?p=239#ixzz0wKxey600

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