terça-feira, 25 de setembro de 2012

Coaching e Mudança de Carreira

Muitas pessoas buscam o processo de coaching com o intuito de mudar de carreira. Seja porque estão estressadas, desmotivadas e percebem que gostariam de ter maior qualidade de vida fazendo algo que sempre sonharam, mas que por diversos motivos não puderam fazê-lo anteriormente.
O Coaching auxilia nesse processo de transformação, porque leva a pessoa a realmente perceber o que quer? O que está buscando verdadeiramente? Será que a pessoa está apenas estressada, cansada ou deseja uma mudança genuína. O primeiro passo a se pensar é o que está por trás do desejo de mudança? Se está análise não for feita de forma profunda, a pessoa "mudará" o externo, pode até encontrar outra carreira e pouco depois estará sentindo a necessidade de mudança, a insatisfação e passado a euforia inicial, vai se perdendo a paixão e o que fica são apenas a "parte suja" como costumo dizer de qualquer relação seja ela pessoal ou profissional. 
A função do Coach é fazer o Cliente chegar as suas conclusões, ele não dá respostas prontas.  O Coach não dá conselhos, ele aponta caminhos e direções, quem faz a caminhada, o processo é o Cliente. Ele  faz muitas perguntas e como me disse uma cliente, faz pensar, mas principalmente, faz AGIR. Pois é com esse mundo de perguntas que chegamos dentro de nós mesmos, tão profundamente que a pessoa consegue se responder, por que quer mudar? 
No caso da mudança de carreira, bem como para mudar de vida. A grande pergunta a ser feita é qual o seu propósito de vida? Quantos jovens buscam (falarei agora da realidade vivida no atual momento no Brasil) o concurso público para possível solução de "TODOS" os seus problemas, sendo os principais que a iniciativa pública do Brasil oferece, estabilidade e salários muito acima da média. Só que apenas isso basta? Alguns concurseiros como são chamados aqueles que estão a se dedicar fervorosamente para passar nas provas dos concursos públicos dizem que sim. Só que tem um detalhe, para alguns que lá chegam no pódio, no passar no concurso e assumir o seu cargo público, bate a sensação de o que é isto? Onde fui parar? Não era bem o que eu sonhei. O trabalho é enfadonho, mas e agora tenho um salário altíssimo, tenho segurança, estabilidade, mas  não sou feliz e começa a ficar doente, a sofrer de depressão, ter insônia. Mas atenção isto não ocorre apenas em quem entra para o serviço público, pode ser em qualquer área. A pessoa pode apenas perceber que não está a fazer o seu melhor, que não está a seguir seu propósito de vida. 
Quando falamos em propósito de vida ou projeto de vida, algumas pessoas se imaginam a trabalhar em África ou em algum projeto social na América Latina, e esquecem que o projeto de vida, pode ser realizado até no escritório onde você trabalha. Quantos dizem meu sonho é ir para x lugar fazer voluntariado, só que ao lado de sua casa tem uma Instituição à espera de auxílio, mas queremos o grandioso, o mega e esquecemos, que existe um outro lado em qualquer situação, nem tudo são flores. 
Nem sempre é uma questão de mudar de carreira, às vezes a simples mudança de emprego, pode auxiliar nesse processo.
A pessoa deve se perguntar por que quer mudar?  Está aberta para esta mudança? Como vê sua vida sem fazer o que faz no atual momento? Como pode fazer uma mudança gradual, caso não esteja certo do que quer realmente mudar. A pessoa pode ter um hobbie que quer transformar em sua profissão principal, ou aquele projeto/sonho que quer ver transformado em realidade. Vai ter que suar a camisola, correr na frente dos seus projetos.
Se a pessoa idealiza muito, faz planos com muitos sonhos, sem fincar os pés na realidade a frustração é quase certa. 
Se a sua mudança de carreira é numa área completamente diferente da sua não espere por exemplo que ao enviar um currículo seja chamado logo de cara. Esteja firme no seu propósito. Muitas vezes o "não" recebido, será o combustível necessário para que a pessoa não desista.
Persevere no seu propósito e pense como sua profissão pode auxiliar o máximo de pessoas possíveis. Pense em como lida com frustrações? É dos que desabam, se desarvoram no primeiro vento?  
Vamos há um exemplo prático do que ocorre, se alguém diz que não quer mais ser empregado e que tem o desejo ardente de ter seu negócio próprio, já pensou no que quer fazer? Que tipo de negócio quer trabalhar? Consegue se ver a fazer um trabalho de vendas, sim pois divulgar seu trabalho é uma venda, ou a palavra venda lhe causa repulsa?? Como lida com o facto de não ter uma renda fixa inicialmente ou até ter clientes fixos? Qual a sua disponibilidade em divulgar o seu trabalho, fazer propaganda? Como está sua rede de relacionamentos?  Como é para si viver fora de uma empresa, sem manter contacto com mais alguém? Já tem clientes? Os escritórios tipo coworking surgiram dessa necessidade, pois muitos profissionais autônomos que trabalhavam isolados em suas casas, perceberam a necessidade de estar ao menos por algumas horas por dia com outras pessoas, fazendo valer o ditado de que "ninguém é uma ilha".
Tenho fartos exemplos de pessoas que estiveram empregados por muitos anos em grandes empresas, depois saíram, ficaram na autonomia, sentiram vontade voltar ao "9 às 18h" como chamamos um trabalho full time. Não existe certo ou errado, existe o que te faz se sentir bem, que te faz crescer, evoluir. Não é uma questão de se acomodar numa situação profissional infeliz, é aprender a olhar para o que se faz com paixão por mais simples ou complexo.
Não esqueça que para mudar é preciso coragem e calcular riscos. 
Lembre-se você não está condenado a ter a mesma profissão para o resto dos seus dias, se você ama o que faz, dificilmente se sentirá assim, se não ama o que faz, se não encontra sentido ao seu trabalho, está na hora de encontrar.
Lembrei-me do Rodrigo Baggio que é um empreendedor social, respeitado em todo o mundo, criador da ONG  CDI - Comitê para Democratização da Informática na América Latina, veja o site  e conheça o magnífico trabalho http://www.cdi.org.br/ 
Respeitado no mundo todo por seu trabalho, trabalhou com inteligência artificial, sempre teve paixão pela área de informática e como ela poderia auxiliar outras pessoas. Muito jovem aos 12 anos coleçou a trabalhar como voluntário ministrando aulas de informática em escolas de comunidades carentes/ favelas no Rio de Janeiro. Tem uma outra formação agora em Ciências Sociais, talvez pelo facto de lidar com tantas pessoas, ou até se calhar, era sua outra paixão, honestamente não sei. Conto isto porque é um exemplo de alguém que utilizou seus conhecimentos profissionais para mudar  a vida de outras pessoas. Ele viu que o sentido de sua vida era dar sentido a outras vidas. 
Pense no sentido que quer dar a sua vida quando estiver a analisar porque quer mudar de carreira ou qualquer coisa em sua vida.


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