quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pessoas Invisíveis no Trabalho

"Não existem homens invisíveis, o que existe é uma sociedade cega" Fernando Braga
Há uns dois anos atrás publiquei aqui no blog um post sobre o livro Homens Invisíveis: Relatos de uma Humilhação Social, de Fernando Braga Costa, que aborda o tema da invisibilidade social de determinadas profissões. No caso em questão para quem não se lembra ou não viu o post, o autor era aluno da licenciatura em Psicologia na maior universidade brasileira, a USP - Universidade de São Paulo, e teve que fazer um trabalho para uma disciplina de Psicologia Social onde deveria escolher uma profissão que não fosse  tão valorizada pela sociedade de modo geral e exercê-la por um dia. Qual era a ideia? Perceber que o preconceito pode servir-se daquilo que você esteja fazendo no momento, em resumo, não ao que se é como ser, mas o que se faz. Para Fernando Braga isso ficou evidente, pois ele escolheu a profissão de gari(no Brasil) varredor de ruas cá em Portugal. O que era apenas para ser uma experiência de um dia, transformou-se num trabalho semanal, onde ele se juntava aos garis que trabalhavam limpando a universidade e se transformou na tese de seu mestrado e finalmente em seu doutoramento. Em 2008 lançou o livro em questão, que aborda com propriedade de quem viveu na pele a "invisibilidade" por estar vestido com um uniforme/farda e deixou de ser "visto"(Será possível?) por professores e colegas. Claro que não deixou de ser visto, apenas as pessoas não queriam vê-lo. Ele passou a ser um uniforme/farda e tinha ficado transparente, invisível aos olhos da sociedade.
Além de todos os profundos questionamentos que o livro traz, vem à tona a seguinte questão, o ambiente de trabalho pode fazer com que a pessoa se sinta respeitada ou não. A área de recursos humanos tem esse nome por trazer em sua essência o acolher pessoas, o que na prática muitas vezes não é bem verdade(sim é uma auto-crítica), quantas vezes vemos profissionais da área de recursos humanos, desumanos, seja em seus atos e em sua fala. Pessoas que não gostam de trabalhar com pessoas, que tratam mal funcionários da própria empresa. Se fazem isso no trabalho, que dirá na rua, no comércio, trânsito ou em família. Olhe para dentro de si próprio e reveja como andam suas atitudes no trabalho e na sua vida de modo geral. E aí colegas profissionais de RH como anda seu lado humano, seu bom humor? Anda a descontar suas mágoas nos colegas de trabalho? Trata os funcionários como invisíveis? Cuidado!
Não basta apenas estudar anos numa universidade, se gabaritar intelectualmente, ter uma bagagem acadêmica invejável, com cursos e mais cursos se isso não se traduz em EDUCAÇÃO. Educação formal não é indício de respeito e gentileza. Uma pena, pois deveria.  O facto de se dar um sorriso, um bom dia ou um cumprimento independem do tempo que se passou nos bancos escolares.
São as pequenas coisas que fazem mesmo a diferença. Ser gentil não custa nada e contagia como um vírus do bem.
Você percebe em sua vida a importância das pessoas, independente do que "fazem profissionalmente" e sim de seus valores? 
Apresento aqui Jobson Meirelles, um agente de trânsito que ficou conhecido no estado do Espírito Santo, no Brasil como "Guarda Sorriso". Ele trata as pessoas com gentileza e muita educação e ficou reconhecido por isso e você como é reconhecido?

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