quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

É HORA DE MUDAR DE EMPREGO?

Para uma reflexão antes do ano que vai iniciar.

Retirado de www.canalrh.com.br

por Arthur Chioramital

Uma pesquisa internacional promovida pela Bumeran, especializada em RH, com profissionais de diversos segmentos, revelou que mais de 90% estão insatisfeitos com seus empregos. O mundo atual exige dos profissionais a constante preocupação com a gestão de suas carreiras. Promoções, capacitações e mudanças de emprego fazem parte de um plano muitas vezes traçado durante a graduação. Diante desse cenário é importante saber reconhecer quando a trajetória dentro de uma companhia não oferece mais oportunidades de crescimento e ascensão.

De acordo com o mestre em administração de empresas e coordenador do curso de gestão de RH da Universidade Metodista de São Paulo, Luciano Venelli, o profissional precisa estar atento à forma com que se relaciona com sua rotina de trabalho. “Irritação, falta de prazer ao realizar as atividades cotidianas e diminuição na contribuição nos projetos são sinais de que algo não vai bem.” Quando esse cenário se apresenta é hora de analisar o que se deseja mudar na situação atual e o que deve ser feito para preencher as lacunas que existem. “O profissional precisa ter em mente o plano de carreira que ele traçou para si. É esse plano que deve servir de base para decidir se a mudança de emprego é o próximo passo a ser dado”, completa Venelli.

A estagnação também deve ser encarada como um sinal de perigo. “Se o profissional se encontra há muito tempo na mesma posição, mas seus pares estão crescendo e assumindo outras responsabilidades, alguma coisa está fora de lugar”, explica a sócia da Search Consultoria em Recursos Humanos, Ilana Lissker. A estrutura da empresa, sua política de contratações e plano de carreira também devem ser observados. “O colaborador tem de prestar atenção se a estrutura onde ele se encontra oferece oportunidade de crescimento; algumas empresas têm como política não contratar internamente, mas trazem profissionais do mercado, por exemplo”, alerta Ilana. E completa.

“Nesses casos, vale a pena considerar seriamente ir atrás de novas oportunidades.”

É o caso do administrador de empresas Rafael Pioto, que trabalha na área administrativa de uma empresa de automação de sistemas de segurança desde 2008. “Eu comecei trabalhando na parte contábil, com o tempo passei a assumir novas responsabilidades; agora, também sou responsável pelo Departamento de RH e Auditorias.” Segundo Pioto, estrutura da empresa é o principal fator de insatisfação. “Trabalho em uma empresa familiar, por isso, o espaço para desenvolvimento da minha carreira é limitado e as promoções são quase impossíveis.”

De acordo com os especialistas, conhecer os objetivos estratégicos da companhia e saber se eles estão alinhados com os objetivos pessoais é fundamental. Observar se a formação pessoal vai ao encontro do perfil de atuação da empresa também conta pontos na hora de avaliar se ainda há chances de ascensão na carreira dentro daquela instituição. “É importante observar e avaliar para onde a empresa cresce e investe e ver se as oportunidades estão na sua área”, afirma Venelli.

Planejando a mudança

Uma vez tenha concluído que o cenário atual não oferece mais oportunidade de melhoria na carreira, é chegada a hora de planejar o que fazer. Caso o relacionamento com o gestor seja positivo, vale a pena sentar e expor o problema. Muitas vezes, a questão pode ser resolvida internamente com uma mudança de área. “O diálogo sempre é válido, mas é importante não colocar o gestor contra a parede; o ideal é já chegar com algumas ideias e sugestões de outras áreas em que você poderia atuar, sempre munido de informações que comprovem que você está bem preparado para ocupar aquela vaga”, explica Ilana.


Estar munido de informações é sempre recomendável, independentemente do caminho que se pretenda seguir. Também é importante ficar atento aos rumos e movimentos do mercado de modo a conseguir planejar seus próximos passos, pois esse é um dos ingredientes fundamentais para manter uma carreira de sucesso. “Você pode mudar de função, de empresa ou os dois, o importante é que a mudança seja planejada”, declara Venelli.

Manter-se atualizado em relação ao cenário da área em que se atua é recomendável, inclusive, para evitar chegar a uma situação de insatisfação extrema. Isso porque o mau momento pode dificultar a mudança de emprego. “A mudança não deve estar atrelada a uma situação ruim”, declara Ilana. “O ideal é movimentar a carreira antes de chegar a uma situação limite”, completa.

Como identificar se o fim está próximo

Muitas vezes, o profissional desconfia de que algo não vai bem no ambiente de trabalho, mas não consegue identificar o quê nem a extensão do dano. O Canal Rh conversou com especialistas e preparou algumas dicas para ajudar a identificar quando a trajetória dentro de uma organização está perto do fim.

Se você sente que não está mais contribuindo, provavelmente não está mesmo

Se você é deixado de lado em promoções ou tarefas interessantes ou elas sempre são oferecidas ao pessoal subalterno é um sinal óbvio. Com frequência, a informação é afixada no mural. Você só precisa parar, dar um passo atrás e ler.

Você parou de crescer

Se você não está mais aprendendo diariamente, não está fazendo coisas novas e não está progredindo é hora de partir. As luzes vermelhas devem acender se você está na mesma função há dois ou três anos e não enfrentou nenhum desafio significativo durante esse tempo.

Você não faz parte da visão global

A maioria dos diretores traça um roteiro para o rumo que pretende dar às suas organizações nos 12 a 60 meses seguintes. Se há muitos projetos a caminho que não abrangem sua área de expertise ou nos quais você, na melhor das hipóteses, desempenhará um papel insignificante, é um sinal de alerta. Além disso, se você foi relegado a uma função de do tipo commodity, que agrega pouco valor à organização ou pode ser terceirizada facilmente é hora de buscar uma nova oportunidade.

Você está sendo excluído

Se você é gerente Sênior ou ocupa outra função de destaque, os sinais de alerta incluem não ser chamado para participar de novas decisões de negócio ou ser excluído de reuniões formais ou informais do Comitê Executivo. A perspectiva é igualmente sombria se você é um profissional cuja contribuição em novos projetos é dispensada ou solicitada em bases limitadas.

Sua influência está diminuindo

Sem dúvida, um diretor tem mais influência em uma organização do que um gerente. Mas todos os profissionais possuem algum nível de influência dentro de suas equipes ou pelo menos entre seus próprios grupos de colegas. Se seu poder de persuasão estiver diminuindo, é hora de mudar.

Você não gosta mais do trabalho

Às vezes, as pessoas se mantêm em uma situação aquém da ideal só porque é mais confortável para elas. Você tem de assumir o controle. Se não está empolgado com os projetos nos quais trabalha, corrija-os. Se é totalmente engajado, apaixonado pelo que faz, e faz o que sabe, você se sente realizado e é recompensado.

Melhoria contínua não faz parte do mantra

Mudanças organizacionais ou a falta delas devem ser vistas como alertas na vida profissional. A estagnação dentro da organização ou do departamento é um bom exemplo. Se seu departamento usa as mesmas técnicas de desenvolvimento de aplicações há 15 anos e não se esforçou para atualizar sua abordagem, alguma coisa está errada. Se sua empresa não estiver disposta a investir em processos de melhoria contínua talvez seja hora de procurar uma empresa que esteja.

Os pastos verdejantes são realmente verdejantes

Se você chegou a uma encruzilhada em que se desiludiu com seu empregador atual por um motivo ou outro (longas horas de trabalho, promoções raras, insatisfação na carreira etc.) e recebeu uma oferta de emprego de outra empresa, está na hora de pular do barco. Quando você se depara com situações que não se resolvem sozinhas (você detesta ou não sente orgulho do que faz ou precisa falar alguma coisa com seu chefe, mas não fala porque sabe que não vai ajudar) está na hora de mudar de emprego. Neste caso, certifique-se de que não está pulando da frigideira para o fogo, de que está indo atrás de uma boa oportunidade, e não apenas deixando para trás uma oportunidade que se tornou ruim.

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