terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CUIDADO COM A ZONA DE CONFORTO

Retirado do site www.secth.com.br

Você está confortável na empresa? Cuidado!

Tudo bem, impossível negar que estar confortável é objetivo de todos, mas que é um grande risco não há dúvida! Um dos exemplos que utilizo para demonstrar a importância da competitividade para o mercado em geral, parte do seguinte: Porque recordes mundiais normalmente são batidos em competições internacionais? Algumas opções:

1 - defendo o meu país;

2 - cobertura de mídia;

3 - importância do evento.

Mas a resposta que melhor atende é: porque estão presentes os melhores do mundo. Na largada, por exemplo, há competidores que tem uma retrospectiva de tempos melhores que os meus. Isto é, se naquele momento eu não fizer mais do que jamais fiz em qualquer outra competição, eu estou fora do jogo. É nesse momento que consigo fazer mais, consigo me superar e, bater o recorde mundial.
E assim foi descoberta a maior invenção para a competitividade das empresas. Chama-se “Concorrente”!

Se a concorrência é forte então minha empresa é forte, desenvolvida, competitiva. Se a concorrência é fraca, a minha empresa se acomoda! E isso vale para nós, profissionais! Então muito cuidado. Se estivermos nos comparando com perfis baixos podemos até nos sentir muito satisfeitos, por um tempo, mas na primeira solicitação de maior competitividade não conseguiremos enfrentar a situação.

O que estamos dizendo é que precisamos de fatos que nos mobilizem e nos mova para a ação. Esse comportamento de se acomodar é típico do ser humano. Precisamos de algo que nos incomode. Eventualmente nas palestras e cursos que desenvolvo comento com o público se não seria ótimo se não tivéssemos febre. A princípio alguns incautos afirmam que sim, seria ótimo. Mas, o que é a febre senão um aviso!

A febre é um sintoma que nos informa que algo não está bem. Que precisamos buscar respostas para essa disfunção. Se não houvesse febre teríamos a doença e não saberíamos. A febre é ruim? Não, a febre não é ruim, pode ser incomoda, mas ela nos avisa de problemas. É um sintoma, um alarme. O sintoma, portanto, pode ser incômodo, mas não é dispensável.

Mais do que isso, o incômodo é necessário e, desejável! Desejável porque nos permite focar e agir. A ação deve ser valorizada, sobremaneira, como o divisor entre a intenção e o resultado. Tudo na vida tem seu contraponto. Viver a vida é administrar esses altos e baixos perfeitamente normais e esperados.
A acomodação é um estado natural para a maioria dos seres humanos. É uma tendência, da mesma forma que procuramos o “estar confortável”. Não é mal por princípio, pois, conforme Jean Piaget afirmou, pode ser vista como uma adaptação ao meio, mas pode se tornar uma limitação auto-imposta e perigosa para o desenvolvimento em si.

A acomodação perigosa é aquela que nos tira os desafios do alvo e nos faz “aceitar” o que nos é imposto. Essa acomodação pode surgir por limitações auto-impostas (não consigo, não é para mim, é melhor não arriscar) e outras situações causadas, frequentemente, por uma baixa autoestima. Em outra situação pode ser causada por se ter facilidade em conquistar as coisas, ou, ao contrário, dificuldade excessiva para isso.

Interessante também é a acomodação causada por uma posição diferenciada por regalias como: disponibilidades de horários, ausência de pressão ou um salário muito bom (costumo dizer que o pior que pode acontecer á um bom profissional é um salário acima da média, porque lhe retira o desafio do crescimento e, ás vezes, até a contestação). Em suma, estamos sempre sendo atraídos para a acomodação e, consequentemente, a estagnação.

Precisamos ter pessoas, conosco, que não tenham visto o que já foi e que não se sintam acomodados pelo “status quo”. Aliás, temos que ter pessoas que se sintam incomodadas com a situação atual e com isso mobilizem-se para gerar o movimento de mudança.

As pessoas precisam de desafios, a criatividade precisa de espaço e as empresas precisam de pessoas criativas. Parece uma equação simples, mas demanda necessidades muito específicas e o comprometimento da gestão, da alta gestão, principalmente porque investe coragem e ação. E se ninguém tem feito por você nenhuma ação para liberá-lo da acomodação, faça você mesmo. Não espere o futuro chegar. Você tem que construí-lo hoje.

Bernardo Leite Moreira (Psicólogo, consultor empresarial, coaching, especialista em comportamento e transformação organizacional e desenvolvimento de gestores. Professor universitário em nível de Pós Graduação em diversas universidades. Diretor do Instituto de Desenvolvimento de Empreendedorismo – www.bernardoleite.com.br www.empreendermelhor.com.br - Autor dos livros: O Ciclo de Vida das Empresas e Dicas de Feedback)

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