quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Salve o Dia do Leitor - 7 de janeiro


Foto by Sara Ribeiro em Serralves
Para mim todos os dias são dias dos leitores e da leitura.
É tão bom quando somos inundados com histórias de leitores e novos leitores.
São muitos clientes que me relatam que são beneficiados com os livros. Alguns dizem que já não liam há décadas, que nunca gostaram de ler, alguns dizem que há muito abandonaram os livros e que gostariam de voltar a sentir o amor pelos livros. E voltam, viu?
Muitos voltaram a ler e a sorrir.
 A ter outros olhos para a sua vida e para os outros que o cercam.
Passaram até a "receitar" os livros que os encantaram para outras pessoas, polinizando mais leitores. De facto os livros têm esse poder!
Como digo sempre, livros mudam vidas!
Que 2020 nos traga muitos livros, muita leitura e poesia. Quem lê compreende o mundo de forma mais humana e sensível. Precisamos dessa sensibilidade para viver e enfrentar o lufa lufa da vida diária!

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Viva 2020!

Início de ano, de década e de ciclo, decidi não fazer nenhuma postagem aqui no blog propositadamente nos primeiros dias do ano. Porque fiquei mesmo uns dias longe do computador, porque simplesmente estive de: FÉRIAS.
É sempre bom parar, respirar para retomar a vida. Fazer balanços, ver o que correu bem e o que correu menos bem, alterar a rota ou seguir adiante. 
O ano de 2019, foi um ano desafiador que trouxe muita concretização, a realização de muitos projetos pessoais e profissionais, além da finalização de outros ciclos. 
Para 2020, inicio com um projeto novo no âmbito profissional, que muito em breve trarei notícias mais detalhadas.
Desejo que 2020 seja um ano de inventar e reinventar, colocando mais poesia, mais sensibilidade para lidar com o lufa lufa do dia a dia e para seguirmos adiante.  
Para tal trago a poesia de Drummond.

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Retirado do livro  Discurso de primavera e algumas sombras