terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quais São as Suas Mentiras? ParteII

Penso que falar sobre o tema "quais são as nossas mentiras" não se esgota com apenas uma postagem. Por isso decidi ir um pouco mais a fundo numa continuação do post de ontem.
Mentimos para nós quando dizemos apenas da boca pra fora, que queríamos muito fazer alguma coisa, mas... e está pronta a justificativa. Se observe e veja se tem por hábito dizer:
-Não tenho dinheiro... 
-É muito longe...
-Vou ter de acordar de madrugada...
-Impossível...
-Não dá...
-Vou ter que dormir muito tarde...
-Não tenho trabalho...
-A situação do país está muito mal...
-Não há o que fazer...
-Quero mudar, mas tá muito difícil...
-Não tenho quem me ajude...
-Quero aprender a conduzir e ter um carro, mas não tenho dinheiro para isso...
-Queria tanto viajar, mas é muito caro...não é para mim...
-Não tenho tempo...
-Estou sempre correndo...
-Não sou capaz...
-Faço tudo sozinha(o)...
-Não tenho ninguém para me ajudar...
-Chego cansado(a) em casa do trabalho e não sou capaz de fazer mais nada além das tarefas domésticas, ver um pouco de tv e dormir...
-A vida é tão dura...
-Tenho que lutar muito para conquistar isso(mas não faço nada efectivamente)...
-Não tenho mais sonhos...
-Para que ter objetivos eles não se realizam mesmo...
-Quando eu ganhar na lotaria ou no euromilhões, daí faço o que quero...
-Quando eu me aposentar começo a viver a vida que sempre quis...
-Minha família não permitiria...
-Com quem deixaria meus filhos...
-Coitadinhos...precisam de mim...
-Imagine se eu faltar, o que vai ser da vida deles...
-Como meu marido/filhos ficariam caso eu decidisse por exemplo trabalhar fora...
-Não tenho como fazer...
-Não sei fazer e não consigo aprender...
-Já tentei uma vez e não fui bem sucedido...
-O casamento fez com que eu desistisse de todos os meus sonhos...agora tenho que me dedicar a família...
-É o que tenho, não posso nem pensar em mudar...
-Faço qualquer coisa para manter essa situação...
-É ruim, não gosto, mas é uma situação ou emprego "certo" e "seguro"... 
-É tudo muito difícil...
-Não tenho mais cabeça pra isso...
-Preciso ganhar dinheiro pra fazer isso...
-No próximo mês eu faço...
-Já sou velho(a) para isso...
-Mudar de emprego, numa altura dessa, com crise, idade, família e casa para pagar, impossível...
E mais, muito mais...
Você conta alguma dessas mentiras para você? Tem outras que não relatei aqui? Acredita nelas como verdades absolutas? Conte pra gente outras possíveis mentiras que falamos para nós mesmos todos os dias e de tanto falar viraram verdades para nós próprios.
Você já tinha parado para pensar com honestidade sobre elas? Ainda não? Pois então reflita: onde estão as suas mentiras?
 Após essa reflexão,  comece a pensar se quer realmente mudar a situação, se está disposto a fazer alterações na sua vida. Vai ter quer abrir mão de alguma coisa ou de muitas, mudar hábitos enraizados ao longo de muito tempo e isso demandará uma mudança interior profunda. Terá de fazer modificações gigantes ou menores, de grande ou pequeno impacto na sua vida. 
Poderá afetar a vida de quem convive com você e mudar paradigmas, só que terá de sair da sua zona de conforto, mesmo que este "conforto" seja relativo. Muitas vezes nós nos acostumamos a falar sobre uma situação que nos acontece mecanicamente, para que os outros nos vejam com uma certa piedade, na maioria das vezes não nos apercebemos disso, é inconsciente, é um papel que assumimos, dos muitos que temos, às vezes até a voz da pessoa muda, quando fala sobre o tema, como se fosse um coitadinho, do gênero "vejam como eu sofro"... A pessoa pode ter aprendido agir assim como  forma de sobrevivência ao longo da sua vida. Algo que é certo, ela não se apercebe que faz isso, não tem consciência.
 Exemplo a pessoa diz "não tenho dinheiro" ou "não tenho trabalho" Se você perguntar a pessoa, o que tem feito quanto à isso? Ela diz automaticamente "fiz tudo o que era possível, não há mais nada a fazer". Podemos questionar: "Fez tudo, tudo mesmo?" Falou com todas as pessoas? Já pensou em algo diferente do convencional?" De modo geral a pessoa verá que não fez TUDO, fez alguma coisa ou não fez nem um décimo.
A pessoa pode ficar chateada com você, achando que você não está colaborando com sua situação, pois de certa forma queremos soluções prontas e mágicas que não nos dê trabalho algum. Sinto em informar, não existem. 
Quando desabafamos alguma situação com alguém, um amigo em especial, esperamos na maioria das vezes que ele nos acolha, nos dê um ombro, fale uma palavra de esperança, escute apenas e não diga nada, e é isso que deve ser muitas vezes. Mas e quando a situação se repete por anos a fio? Quando vemos aqueles de quem estimamos nos falarem, desabafarem e saírem do mesmo jeitinho para repetirem suas mentiras sucessivamente. Deixamos assim? Até quando? Podemos falar algo, correndo o risco da pessoa ficar chateada. Será um risco, mas vale a pena.
Não dizer para a pessoa que acho/penso que ela deve fazer ou não. Não é ser grosseiro, gritar com a pessoa,  vociferar, é apenas mostrar para ela o que ela própria diz, fazendo com que ela se escute. 
Exemplo: Levar a pessoa reflexão: "Você percebe que ao longo desse tempo tem sempre falado que não tem dinheiro toda vez que nos encontramos"? O que tem feito efetivamente sobre essa situação? A pessoa pode não ter se dado conta, que apenas reclama, não faz nada em concreto, mas a partir dali, após aquela reflexão poderá mudar ou não, é uma escolha dela, mas você falou algo que fez a pessoa pensar. Você pode perguntar como nós como amigos, juntos podemos pensar numa solução? Se for o caso de uma amizade.
Lembro-me sempre do filme Em busca da Felicidade  onde o Chris Gardner numa situação desesperadora, desempregado, com um filho pequeno, abandonado pela mulher, sendo despejado da casa onde morava, conseguiu mostrar seu valor aceitando um trabalho inicialmente sem remuneração, foi contratado pela empresa e depois se se tornou um milionário. Não é apenas um filme, e é uma história verdadeira. Elementos que Chris Gardner aperfeiçoou com essa situação tão desafiadora:força de vontade e resiliência.
Esse tema tem muito a ver com coaching, pois não damos tapinha nas costas ou passamos a mão na cabeça para reforçar suas justificativas por não mudar.
Se está disposto a mudar, tem no coaching um forte aliado para contribuir com suas mudanças.
Agende uma sessão!

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