quinta-feira, 28 de abril de 2011

Índios que resgatam nossa alma

Retirado na íntegra do blog da querida Flávia Mello http://flaviamellol.blogspot.com/
Uma singela homenagem aos nossos irmãos índios. As fotos estão lindas e me emocionaram muito.
Parabéns pela matéria.

ÍNDIOS QUE RESGATAM A NOSSA ALMA.

Ocas

Meus caros leitores, venho registrar aqui a minha grande emoção e indentificação que tive ao ser apresentada, pelo querido parceiro de aventuras Richard, ao Cacique DarciTupan e sua tribo. No momento em que entrei na tribo, fui tomada por sentimento que me fez resgatar valores essenciais da minha existência. A minha vontade foi permanecer naquele local para sempre. Me senti voltando para casa. Nesse momento, pensei: Por que o homem cria tantas necessidades fúteis? Por que este gasta tanto dinheiro com remédios e drogas se tem a oração e a natureza a seu favor? Por que o ser humano se perde tanto na busca pelos bens materiais e esquece do essencial: VIVER, CONHECER A SI MESMO E AO OUTRO! Por que as pessoas tem que ter culpa de terem tempo para conversar, ir visitar o mar, ver o sol, relaxar no meio da natureza fora dos dias de folga? Como podem trocar toda essa beleza infinita que nos traz mais saúde e vigor por um Shopping? QUE VALORES LOUCOS SÃO ESSES? É por isso que a ansiedade, depressão, etc... são as doenças que dominam esse século. Tenho a certeza de que elas não existiriam se o homem se desse conta de que faz parte desse ecossistema e que por isso deve seguir o ritmo da natureza, no lugar de se entregar a um ritmo de vida “aceleradíssimo”, cheio de expectativas que nunca tem fim e que fatalmente o levará a aquisição doenças graves.
Eu descobri também que o respeito a natureza e a vida devem ser conservados desde criança. Se o adulto não entende, não conhece o real sentido de tudo isso, não aprende a respeitar. As crianças indígenas estudam e praticam o amor e o respeito pela natureza e pela vida.
Cacique Darci Tupan (a esquerda).

A HISTÓRIA

No início de 2008, os Índios Guarani de Paraty Mirim, tomaram a iniciativa de retornar a um Espaço Sagrado deles, na Praia de Camboinhas, em Niterói, onde há Sambaquis - Cemitérios Indígenas. Seguindo o caminho trilhado por seus Ancestrais, uma família de quase cinqüenta Índios, vindos de Parati, entre Anciões, jovens e muitas crianças, construíram em Camboinhas suas Ocas e enfrentaram o “poder econômico da vizinhança” que, na maioria, não os queria ali.
O Índio Darci Tupan foi eleito Cacique, talvez o mais jovem do Brasil, e com certeza o mais jovem Cacique do Rio de Janeiro, onde há mais cinco Aldeias Guaranis, na Região de Angra dos Reis e Parati.
A "Casa de Reza" e a Escolinha das crianças, onde o Cacique Darci ensinava Guarani e Português.
Escola

O Cacique Darci tem como objetivo a preservação do local, viver em Paz e Viver no lugar que foi de seus ancestrais!
Após um incêndio criminoso causado pela oposição, os índios rebatizaram a tribo com o nome Guarani: Tekoá Mboy Ty, que quer dizer – Aldeia de Sementes!
E a Aldeia é linda e tem uma paz indescritível.!
A Casa de Reza é o lugar onde eles se reúnem todos os dias, “pra fortalecer o Espírito e a Cultura”, como diz Tupan. Na Aldeia também tem uma escola ou seja um um Centro de Cultura Tupi-Guarani.
A Aldeia pretende fazer jus ao nome e ser uma “Semente” da Cultura Guarani, em Niterói, no Rio de Janeiro, onde oferecem Cursos de Guarani, Oficinas de escultura em madeira, de artesanato, de comida Tradicional e de Pintura Corporal, além de promover apresentações do Coral de Crianças e Jovens, que cantam Canções Sagradas Milenares. Todas essas oficinas e apresentações culturais constituem as fontes de sustentabilidade desta aldeia, através de sua cultura. Além da pesca e da venda do artesanato.
É de grande importância o apoio da sociedade, ao buscar o conhecimento desta cultura milenar, através de suas visitas à Aldeia, contribuindo assim, para a sustentabilidade da Aldeia de Camboinhas e da Cultura Guarani.
Eles pretendem mostrar principalmente, para crianças e jovens de Escolas da Região, como vivem os Índios hoje, remanescentes dos primeiros habitantes da nossa terra!
A presença dos Índios Guarani, mostrando a sabedoria dessa Cultura Milenar, muito irá honrar Camboinhas, Niterói e o Rio de Janeiro, podendo tornar-se um Pólo Cultural capaz de atrair turistas do Brasil e do exterior, gente curiosa para ver como sobreviveram e vivem hoje esses Índios que sabem preservar a Natureza, porque vivem há séculos em harmonia com ela.
As lições de Democracia e Respeito são só algumas das muitas que podemos aprender com essa Cultura, onde todos são iguais, ninguém manda em ninguém e onde tudo é discutido entre todos e pensado para todos.

Índia lindíssima, filha do Tupan.


Eles convocaram a FUNAI e estão convocando toda a Sociedade do Rio de Janeiro e do Brasil, para mostrar que eles estão vivos e querem ter o Direito de Viver, como Cidadãos Brasileiros!
Eles querem a Demarcação daquela pequena área, no final da Praia de Camboinhas, que, com certeza, com a presença deles lá, será realmente preservada!
Ninguém melhor do que os Índios para preservar a natureza!
Vamos acolher os Índios Guaranis em Camboinhas!
A presença deles impedirá a construção de novos condomínios ou prédios, impedindo que o homem que só vê lucros, passe por cima do passado deles e de todos nós: brancos, índios, negros, mestiços, brasileiros!
Lembrando que Niterói tem sua história marcada pelo Índio Araribóia, fundador da cidade. Niterói era habitada por índios, era “Terra de Índio” e foi dessa época que a Cidade herdou a língua Tupi-Guarani em quase todos os nomes de seus bairros.
É importante resgatarmos a História da Cidade de Niterói, apoiando o retorno dos Índios ao seu local de origem e apoiando a Preservação dos Sambaquis, espaço Sagrado dos Índios.
QUEREMOS: a Demarcação da Aldeia Guarani de Camboinhas, proclamamos as Entidades competentes, os órgãos Governamentais e a Sociedade a defender essa linda Cultura Indígena, que é a Cultura Guarani.
Queremos a Demarcação imediata das terras do final da Praia de Camboinhas, para que haja segurança que garanta os Direitos de Vida da Aldeia Tekoá Mboy Ty - a Aldeia de Sementes!


Também apoiam a permanência da Aldeia dos Guaranis em Camboinhas, todos os artistas, jornalistas e profissionais liberais que fazem parte do MHuD - Movimento Humanos Direitos, que luta pela extinção do trabalho escravo no Brasil, pela Defesa do Meio Ambiente, dos Povos Indígenas e dos Quilombolas. Luta pela defesa da Paz e dos Direitos Humanos, em todos os lugares onde esses Direitos estiverem ameaçados.


A permanência dos Guaranis em Camboinhas, tem o apoio de vários setores da Sociedade organizada, além dos apoios individuais, como o do Músico Tony Bellotto, que manifestou publicamente seu apoio, em um belo e comovido artigo na Revista Veja Rio.

AGRADEÇO AO CACIQUE DARCI TUPAN QUE ME RECEBEU COM UM IMENSO CARINHO E PAZ NO CORAÇÃO. PAZ ESSA QUE DESFRUTO ATÉ HOJE. UM GRANDE ABRAÇO NO CORAÇÃO DE TODA TRIBO.
AGORA TUPAN, FICO ESPERANDO AQUELE PEIXINHO PROMETIDO!!! RISOS...
PARABÉNS PELO SEU TRABALHO DENTRO DESSA HONRADA TRIBO E MUITO OBRIGADA POR ME DEIXAR CONHECER ESSA LINDA HISTÓRIA. NESSE MOMENTO, SINTO RESGATANDO A MINHA PRÓPRIA HISTÓRIA, JÁ QUE MINHA BISAVÓ ERA ÍNDIA.
FLÁVIA MELLO.
Fonte:http://www.tekoamboytyitarypu.site90.com/index.php?p=1_2_Aldeia e entrevista com Cacique DARCI TUPAN, feita por Flávia Mello, na aldeia em Camboinhas.

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